Pesquisadores da Universidade Federal
Fluminense (UFF) que fizeram avanços no tratamento de tumores no cérebro com
uso de álcool perílico estenderam a pesquisa ao câncer de pulmão. Os testes
começaram em laboratório, mas ainda não há previsão de aplicações clínicas. No
caso dos tumores cerebrais, a pesquisa é feita no Hospital Universitário
Antônio Pedro.
Extraído de frutas cítricas, o álcool
perílico é um óleo que pode ser inalado. A substância age diretamente no
sistema nervoso central e no tecido pulmonar inibindo a proliferação de células
cancerígenas, sem afetar as saudáveis. Uma das vantagens do tratamento é não
provocar os fortes efeitos colaterais que costumam ser causados pela
radioterapia e a quimioterapia.
No combate ao câncer de cérebro, o tratamento
com o álcool conseguiu reduzir o tumor cerebral em três pacientes do
laboratório da UFF de um total de 198. Além disso, 15% das pessoas em
tratamento também tiveram o tempo de vida aumentado, em relação à estimativa
inicial. A pesquisa só é feita com pacientes considerados terminais, em que os
tratamentos tradicionais não tenham mais eficiência.
“Até o momento, 29 pacientes, ultrapassaram
dois anos de sobrevida, estimada em quatro meses, sem efeitos colaterais”,
destacou o responsável pelo estudo, o professor e neurologista Clóvis Fonseca.
Os pacientes começaram a se tratar em 2004 e a maioria fez a inalação por pelo
menos seis anos
Apesar dos avanços da pesquisa, o álcool
perílico ainda não substitui o tratamento convencional, com quimioterapia e
remédios. Pesquisadores e médicos buscam, no entanto, dissolver os medicamentos
na substância para facilitar a administração das drogas no futuro.
“O tratamento com álcool perílico, hoje, é
adjuvante. Uma droga só atinge uma via [de proliferação da doença], é preciso
inibir o máximo possível”, disse Fonseca.
A pesquisa da UFF também mostrou que o
álcool perílico tem efeito em tumores de pele, mama, pâncreas e despertou
interesse de instituições fora do país. Atualmente, especialistas da University
of Southern California (USC), nos Estados Unidos, são parceiros nos estudos.
Fonte:
Lorotta News
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