PET/CT cerebral interictal com FDG-F18 evidencia discreto hipometabolismo na porção mesial do lobo temporal direito |
As imagens
funcionais contribuem para a localização do foco epiléptico e podem ser
adquiridas tanto pela tomografia por emissão de fóton único (Spect), que
utiliza um traçador de perfusão sanguínea cerebral, a etilenodicisteína
dietiléster marcada com tecnécio-99m (ECD-Tc99m), quanto na tomografia por
emissão de pósitrons associada à tomografia convencional (PET/CT), que emprega
a fluordeoxiglicose marcada com flúor-18 (FDG-F18), um análogo da glicose cuja
captação reflete o metabolismo glicolítico. Quando analisadas em conjunto com
os achados do eletroencefalograma e da ressonância cerebral, essas imagens
aumentam a acurácia para a lateralização do foco da epilepsia, oferecendo mais
segurança para a abordagem cirúrgica.
Nos
estudos ictais pelo método Spect, quando o radiofármaco é injetado durante a
crise, geralmente em ambiente hospitalar, o exame pode demonstrar um padrão de
aumento de captação, indicando elevação do fluxo sanguíneo no local do foco
epiléptico.
As imagens são obtidas após o término do evento clínico, mas
refletem o status funcional do momento da injeção do radiofármaco. Já nos
estudos interictais, feitos fora da crise, o foco pode se mostrar hipocaptante,
apontando uma diminuição do fluxo sanguíneo cerebral nessa região, porém com
menor sensibilidade em relação às avaliações ictais. Pelo método de PET/CT, por
sua vez, em geral o metabolismo da glicose segue o padrão perfusional,
resultando em hipermetabolismo no estudo ictal e em hipometabolismo no
interictal. É claro que, por conta da rápida meia-vida do flúor-18, existem
limitações para a realização de PET/CT durante uma internação à espera de um
evento convulsivo. Contudo, estudos interictais com PET/CT são factíveis e
apresentam sensibilidade maior que as imagens de Spect adquiridas fora da crise
para a detecção do foco da epilepsia.
Fonte: Fleury
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