Cientistas
britânicos dizem ter desvendado a maneira como o cérebro humano reage a piadas, num trabalho
que pode ajudar a determinar se pacientes em estado vegetativo são capazes de
experimentar emoções positivas.
Pesquisadores
da unidade de cognição e ciências cerebrais do Conselho de Pesquisas Médicas
usaram exames de ressonância magnética funcional para observar e comparar o que
acontece no cérebro de
pessoas normais quando elas ouvem frases comuns e piadas engraçadas, inclusive
trocadilhos.
Ao
avaliar os cérebros de 12 voluntários saudáveis, eles notaram que as áreas de
recompensa no cérebro se acendem muito mais ao processarem piadas do que ao
processarem uma fala normal. No estudo, essa reação de recompensa aumentava
conforme os participantes achassem uma piada mais engraçada.
–
Encontramos um padrão característico de atividade cerebral quando as piadas
usadas eram trocadilhos –, disse Matt Davis, um dos coordenadores do estudo, em
nota.
Por
exemplo, piadas como ‘Por que os canibais não comem palhaços? Porque eles têm
um gosto engraçado!’ envolvia áreas cerebrais ligadas ao processamento da
linguagem, mais do que em piadas que não envolviam jogos de palavras.”
Ele
disse que a resposta também era diferente quando frases não-engraçadas
continham palavras com mais de um sentido.
–
Mapear a forma como o cérebro processa as piadas e as frases mostra como a
linguagem contribui para o prazer de entender uma piada. Podemos usar isso como
parâmetro para entender como as pessoas que não conseguem se comunicar
normalmente reagem a piadas –, acrescentou ele.
A
equipe de Davis, que teve seu trabalho publicado nesta terça-feira na revista Journal of Neuroscience,
disse que será possível usar o estudo para descobrir se alguém em estado
vegetativo pode experimentar emoções positivas, um passo que poderia ajudar os
parentes a entender o estado mental dos pacientes.
–
Já usamos ressonâncias magnéticas funcionais para detectar a compreensão da
linguagem em pacientes em estado vegetativo que não conseguem se comunicar de
qualquer outra forma –, disse Tristan Bekinschtein, que também participou do
estudo.
–
Podemos agora usar métodos similares para buscar emoções positivas nesses
pacientes. Isso é muito importante para as famílias e amigos desses pacientes,
que querem saber se eles ainda conseguem experimentar o prazer e o riso, apesar
da sua adversidade.
Fonte: Correio do Brasil
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